segunda-feira, 9 de março de 2015

Campanha

Ilustr.: Arnold Belkin
[. . .] o tempo e o espaço devem conjugar-se para orientar o movimento e os itinerários das tropas, cujas marchas regularás com precisão.

Jamais comeces ou termines uma campanha fora do momento azado. Conhece o ponto forte e o fraco tanto dos que forem confiados a teus cuidados quanto dos inimigos. Informa-te da quantidade e do estado em que se encontram as munições e os víveres dos dois exércitos. Distribui recompensas com liberalidade, mas com critério. Não poupes castigos, quando necessários.

Conquistados por tuas virtudes e tuas capacidades, os oficiais colocados sob tuas ordens te servirão tanto por prazer quanto por dever. Eles se espelharão em teu exemplo; o exemplo deles servirá para os subordinados, e os soldados rasos, por sua vez, tudo farão para te assegurar o mais glorioso sucesso.

Estimado, respeitado, amado pelos teus, os povos vizinhos virão espontaneamente juntar-se aos estandartes do príncipe que serves, quer para viver sob suas leis, quer simplesmente para obter proteção. Ciente de tuas capacidades e limitações, não inicies nenhuma empreitada que não possas levar a cabo. Decifra, com a mesma argúcia, o longe e o perto, para que o que se desenrola sob teus olhos seja idêntico ao que deles está mais recôndito.

Aproveita a dissensão entre os inimigos para atrair os descontentes para o teu campo, não regateando promessas, oferendas ou recompensas. Se teus inimigos forem mais poderosos e mais fortes, não os ataques. Evita cuidadosamente o que pode redundar num conflito generalizado.

[. . .]

[Sun-Tzu, in 'A Arte da Guerra']

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