quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Aprendemos...

Ilustr.: Valentine Rekunenko
“… Depois de um tempo aprendemos a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. Aprendemos que amar não significa apoiarmo-nos, que companhia nem sempre significa segurança, e começamos a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começamos a aceitar as nossas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança … aprendemos a construir todas as nossas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair.
Depois de um tempo aprendemos que o sol queima se ficarmos por muito tempo expostos a ele e aprendemos que não importa o quanto nos importamos, algumas pessoas simplesmente não se importam…
Aceitamos que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-nos de vez em quando e precisamos de aprender a perdoá-la.
Aprendemos que as pessoas que mais nos amam, são justamente aquelas pessoas que recebem o nosso desprezo.
E descobrimos que existem pessoas tão fúteis, que são capazes de trocar uma vida inteira de amor e carinho, por um curto período de prazeres e farras.
Aprendemos como a vida é engraçada e como sonhos são tão facilmente destruídos.
E, em algum momento pensamos no amor… E isso torna-se engraçado… É engraçado… Às vezes sentimos, pensamos que estamos a ser amados, que estamos a amar e pensamos que encontrámos tudo aquilo que a vida podia oferecer … e em cima disso construímos os nossos sonhos, os nossos castelos, e criamos um mundo de ilusões onde tudo é belo… Até que a pessoa que amamos vacila... e põe tudo a perder, e põe tudo a perder..
Aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais e descobrimos que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la … aprendemos que podemos fazer coisas em um instante, das quais nos arrependeremos pelo resto da vida.
Aprendemos que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias e que o que importa não é o que temos na vida, mas quem temos na vida (…)
Aprendemos que não temos que mudar de amigos se compreendermos que eles mudam, percebemos que nós e os nossos amigos podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e termos bons momentos juntos. Basta querer.
Descobrimos que as pessoas com quem mais nos importamos são tomadas de nós muito depressa, por isso devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas … pode ser a última vez que as vejamos.
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós (…)
Começamos a aprender que não nos devemos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos ser.
Descobrimos que se leva muito tempo para se conquistar a pessoa que se ama, e que o tempo é curto. Aprendemos que ou controlamos os nossos atos ou eles nos controlarão e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade … não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados.
Aprendemos que heróis são pessoa que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprendemos que a paciência requer muita prática.
Descobrimos que algumas vezes a pessoa de quem esperamos um pontapé, quando caímos é uma das poucas que nos ajudam a levantar.
Aprendemos que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que tivemos e o que aprendemos com elas, do que o número de aniversários que celebrámos (...)
Aprendemos que quando se esta com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de sermos cruéis.
Descobrimos que só porque alguém não nos ama da maneira que queríamos que amasse, não significa que esse alguém não nos ame com tudo o que pode (...)
Aprendemos que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes temos de nos perdoar a nós próprios.
Aprendemos que com a mesma severidade com que julgamos, seremos em algum momento julgados.
Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração foi partido, o mundo não pára para que o concertemos.
Aprendemos que o tempo não volta para trás, portanto devemos plantar o nosso jardim e decorar a nossa alma em vez de esperar que alguém nos traga flores .. e aprendemos que realmente podemos suportar... (…)

[William Shakespeare]

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