terça-feira, 30 de abril de 2013

Meias

Ilustr.: Zhao Kailin


Meias verdades.
Meias vontades.
Meias saudades.

Viver pela metade é ilusão.
Tire suas meias.
Ponha o pé no chão.

[Augusto Barros]

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dragões e princesas

Autor não identificado


Todos os dragões da nossa vida são talvez princesas que esperam ver-nos um dia belos e corajosos.
Todas as coisas aterradoras não são mais, talvez, do que coisas indefesas que esperam que as socorramos.

[Rilke]

domingo, 28 de abril de 2013

O amor é...

Ilustr.: Alexei Antonov
O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim.
O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo.
O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar.
O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo.
O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio.
O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida.
O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força.
O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida.
O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz.
O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança.
O amor é um prisioneiro. E um guarda. Uma sentença.
O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te.
O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te.
O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz.
O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil.
O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso.

[Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum']

sábado, 27 de abril de 2013

Notável

Ilustr.: David Martiashvili



Tenho medo de altura,
mas não evito os meus abismos:
são eles que me dão a dimensão do que sou.

[Marla de Queiroz]

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sucesso

Ilustr.: Inga Palster

Julgue o seu sucesso pelas coisas a que você teve de renunciar para o conseguir.

[Dalai Lama]

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sorriso

Ilustr.: Barbara Dessi
Tenho um sorriso fechado na palma da minha mão.
Sorriso que foi achado caído no meio do chão.
Um sorriso que era vento desenrolado do azul
em que as minhas velas pandas se enfunavam para o Sul, rumo a qualquer fim do mundo!

Uma ilha tropical onde o meu corpo confundo
com vento suor e sal. Era esse o teu sorriso;
o sorriso que me davas quando os teus olhos nos meus eram dois potros com asas.

À tua espera na praia fiquei pela tarde fora,
no alto daquele rochedo onde um minuto é uma hora!
E não vi o teu sorriso surgir da areia ou do mar.
Nem tive um porto de abrigo...
Nem foste um barco a chegar.

Se me disseres que morreste não acredito. Não posso!
Andavas sempre comigo e o teu sorriso era o nosso...
Hoje guardo o teu sorriso fechado na minha mão...
A contrastar com o siso que trago no coração.

[Trovante]

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Menina

Ilustr.: Bella Pilar




O que menos importa a uma mulher é que o seu vestido agrade aos homens;
ela veste-o para outras mulheres,
e a inveja destas é a aprovação que mais lhe agrada.

[Jacinto Benavente y Martinez]

terça-feira, 23 de abril de 2013

Chuva

I'm searching for answers not given for free
You're hurting inside, is there life within me?

You're holding my hand, but you don't understand
You're taking the road all alone in the end...

[Within Temptation - Utopia (feat. Chris Jones)]


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ilustr.: Ruth Morehead


Só há uma forma de se estar perto quando se está muito longe:
se fecha os olhos, bem forte,
e pensa e deseja muito, muito, muito estar juntinho de quem ama.
Porque no amor tem dessas coisas...
a gente só não pode abrir os olhos...
a gente só não pode deixar de acreditar.

[Cáh Morandi]

domingo, 21 de abril de 2013

Paciência

Ilustr.: HJ Story


Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância.

[Dalai Lama]

sábado, 20 de abril de 2013

Hei-de...

Ilustr.: Marcos Damascena
Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.

Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.

Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.

A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.

[Carlos de Oliveira, in 'Mãe Pobre']

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Entrega

Ilustr.: Nicoletta Tomas Caravia

Deixa que os meus olhos se fechem
E confiem um minuto nos teus...
Olha por mim, protege o meu sonho
Vigia o meu descanso e afasta-me de todas as mágoas
Com os teus beijos apaga as lágrimas que correm pelo
meu rosto.

Envolve-me nos teus braços e, cuida de mim
Preciso do teu apoio, do teu abraço, do teu sentido
Deixa-me descansar e,
Adormecer no teu peito
Deixa que os meus olhos durmam
nos teus...

Deixa-me sonhar
Deixa que sonhe com a tua boca
Com as tuas mãos, com os teu beijos,
Com teu corpo na minha pele
Com o teu calor a queimar-me por dentro
Com tudo o que quero de ti
Deixa que os meus olhos despertem
com o sol a romper nos teus olhos...

[Albano Martins]

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Entre o sono e o sonho

Ilustr.: Jereme Crown
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.

[Fernando Pessoa]

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Silêncio



Ao menos o aldrabão, através das palavras que nos deixa, pode ser analisado e confrontado.
O calado, em contrapartida, está protegido.
Não tendo falado, não mentiu. Mantendo o silêncio, não induziu ninguém em erro.
E, caso tenha induzido, a culpa obviamente não foi dele...

[Miguel Esteves Cardoso, in DN, 2005]
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Soneto a Quatro Mãos

Ilustr.: Autor desconhecido
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

[Paulo Mendes Campos e Vinícius de Moraes]

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Companheiros

Ilustr.: Martin La Spina

Quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho

e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados

deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros

mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver

hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
por ora
basta-me o arco-íris
em que vos sonho

basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço

companheiros.

[Mia Couto]

domingo, 14 de abril de 2013

Por inteiro

Ilustr.: Craig Tracy
Ninguém vive pela metade.
O espaço de vida de cada um é o que cada qual tem de inteiro.
Se dura vinte ou cinquenta anos, não faz diferença.
O que conta é que uma vida é uma vida.
Não existe meio amor, meia felicidade, meia saudade. Todo sentimento por si só é inteiro. Ou a gente é feliz ou não é; ou ama, ou não ama; ou quer, ou não quer.
A vida é bela demais para ser deixada em suspenso.
O amor é bom demais para que possamos vivê-lo em pequenas partes, sem que o tornemos real e possível.
Tente viver com metade do seu coração e veja se consegue... difícil ser feliz sem ser completo.
É impossível ser completo parado num caminho de indecisões.
O coração talvez não seja o melhor conselheiro.
Mas é o que nos mantém vivos e que está sempre junto, sempre ligado a nós.
Deixe, pelo menos uma vez, que ele fale mais alto...

[Letícia Thompson]

sábado, 13 de abril de 2013

Viva!!

Ilustr.: Stephanie Clair
Você é adulto mesmo?
Então pare de reclamar,
pare de buscar o impossível,
pare de exigir perfeição de si mesmo,
pare de querer encontrar lógica pra tudo,
pare de contabilizar prós e contras,
pare de julgar os outros,
pare de tentar manter sua vida sob rígido controle.
Simplesmente, divirta-se!

[Martha Medeiros]

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ventura

Ilustr.: Ryan Skayatad by SyA-Lucifer

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura Tendo-os na ponta do nariz!

[Mario Quintana]

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Resistência

Ilustr.: Arkady Ostritsky




Acontece que a mágoa verdadeira e indiscutível é às vezes capaz de tornar grave e resistente até um homem fenomenalmente fútil.

[Fiodor Dostoievski]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Imutabilidade

Ilustr.: Pablo Picasso

Se possível, não devemos alimentar animosidade contra ninguém, mas observar bem e guardar na memória os procedimentos de cada pessoa,
para então fixarmos o seu valor,
pelo menos naquilo que nos concerne,
regulando, assim, a nossa conduta e atitude em relação a ela, sempre convencidos da imutabilidade do carácter.

[Arthur Schopenhauer]

terça-feira, 9 de abril de 2013

Necrológio

Ilustr.: Andrej Gorenkov
Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.

Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.

Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.

Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...

Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e de segunda classe).

Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

[Carlos Drummond de Andrade, in 'Brejo das Almas']

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Renúncia

Ilustr.: Brian Ching for Willow


Quando se renuncia completamente a uma coisa e por muito tempo, se porventura a voltamos a encontrar, quase acreditamos que a descobrimos; e qual não é a felicidade do homem que descobre!
Sejamos mais sábios do que a serpente que fica tempo demais deitada ao mesmo sol.

[Friedrich Nietzsche]

domingo, 7 de abril de 2013

Esperança

Ilustr: Mariana Palova
Não peça eu nunca 
para me ver livre de perigos, 
mas coragem para afrontá-los. 

Não queira eu 
que se apaguem as minhas dores, 
mas que saiba dominá-las 
no meu coração. 

Não procure eu amigos 
no campo da batalha da vida, 
mas ter forças dentro de mim. 

Não deseje eu ansiosamente 
ser salvo, 
mas ter esperança 
para conquistar pacientemente 
a minha liberdade. 

Não seja eu tão cobarde, Senhor, 
que deseje a tua misericórdia 
no meu triunfo, 
mas apertar a tua mão 
no meu fracasso! 

[Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"]

sábado, 6 de abril de 2013

Todas as noites

Ilustr.: Vladimir Kush
  Todas as noites me sinto
  igual aos desconhecidos.
  Sou a criança que sou,
  só quando o tempo pára.

          Fico em mim,
          fora dos músculos.

  Por que se movem os deuses
  quando o sol cresta as formigas?
  Lendas da luz da noite
  secam todo o movimento.

          Seguro a vida
          por desespero.

[Orlando Neves, in 'Trovas da Infância na Aldeia']


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Eternidade

Ilustr.: Margarita Sikorskaia
Vens a mim
pequeno como um deus,
frágil como a terra,
morto como o amor,
falso como a luz,
e eu recebo-te
para a invenção da minha grandeza,
para rodeio da minha esperança
e pálpebras de astros nus.

Nasceste agora mesmo. Vem comigo.

[Jorge de Sena, in 'Perseguição']


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dispersão

Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.

(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:

Porque um domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família).

O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que me abismaste nas ânsias.

A grande ave doirada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.

Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.

Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que protejo:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projeto.

Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.

Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.

Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo

A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.

(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que não sonhei!... )

E sinto que a minha morte -
Minha dispersão total -
Existe lá longe, ao norte,
Numa grande capital.

Vejo o meu último dia
Pintado em rolos de fumo,
E todo azul-de-agonia
Em sombra e além me sumo.

Ternura feita saudade,
Eu beijo as minhas mãos brancas...
Sou amor e piedade
Em face dessas mãos brancas...

Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas pra se dar...
Ninguém mas quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...

Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!...

Desceu-me n'alma o crepúsculo;
Eu fui alguém que passou.
Serei, mas já não me sou;
Não vivo, durmo o crepúsculo.

Álcool dum sono outonal
Me penetrou vagamente
A difundir-me dormente
Em uma bruma outonal.

Perdi a morte e a vida,
E, louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida
Eu sigo-a, mas permaneço...

Castelos desmantelados,
Leões alados sem juba...

[Mário de Sá-Carneiro, Paris, maio de 1913]

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Nova página

Ilustr.: Mena Torthu



Deus concede-nos, em cada dia,
uma página de vida nova no livro do tempo.
Aquilo que colocarmos nela,
corre por nossa conta.

[Chico Xavier]

terça-feira, 2 de abril de 2013

Viver bem

Ilustr.: Lola Giardino



Apressa-te a viver bem e
pensa que cada dia é, por si só,
uma vida.

[Sêneca]

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Laços

Ilustr: Twin Flame
Meu Deus! Como é engraçado.
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.
Uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não embola.
Vira, revira, circula e pronto, está dado o laço.
É assim que é o abraço (...)
Ah, então é assim o amor, a amizade, tudo que é sentimento.
Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho,
mas não pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço.
Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços.
Então o amor, a amizade são isso.
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

[Mário Quintana]