quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cicatrizes

Ilustr.: Viviana González
Pois é, quedas, tombos, chame-lhe o que quiser, esses pequenos incidentes domésticos, escolares, sociais, entre outros. Eu prefiro chamá-los de "hematomas, consequência de uma infância bem vivida".

Lembro bem, quando há alguns anos atrás, chegava a casa todo arranhado, por vezes até sangrando. Logo, minha mãe me perguntava tranquilamente: "Meu filho, onde é que você conseguiu isso?"
Se eu fosse uma criança irónica, responderia espontaneamente: "Na loja do Sr. Zé, mãe, custou só R$2,00. (tá, parei com a palhaçada!).

Hoje, a meio dos meus pensamentos, lembrei das brincadeiras na rua, dos tombos de bicicleta, dos escorregões enquanto corria. Das vezes que caí, feio por sinal, e me levantei, olhei para o meu amigo do lado e disse: "O que foi? Nem doeu mesmo."
Vi esta frase em algum lugar por aí, não me lembro exatamente onde, mas, ela é uma das frases mais inteligentes do século XXI: "quem não tem cicatriz, não tem história". :)

O marcante em si, não são as cicatrizes à mostra na pele, mas sim, aquelas que são invisíveis ao olho nu, a lembrança de um dia, do momento engraçado, do riso solto, e da felicidade simples.

Não que eu esteja assim tão velho, é claro que não. Mas, às vezes é bom olhar pra trás, e perceber que algo realmente bom aconteceu, e que pessoas passaram, passam, e passarão por minha vida. Deixem elas cicatrizes, ou meras lembranças.

[Kayque Meneguelli]

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